Eu sou a Anna Legroski, professora de Língua Portuguesa desde 2009 e mediadora de leitura desde 2008 e formadora de professores desde 2021. Atualmente, sou coordenadora geral do CrEAre, Centro de Ensino e Aprendizagem da PUCPR, com formação docente, sobretudo voltada ao desenvolvimento de Competências Digitais, e apoio ao desenvolvimento das matrizes por competências dos cursos da graduação.
Na área de Letras, tenho bastante experiência com ensino de Literatura e Língua Portuguesa, compreensão e produção de texto e gramática. Eu leciono, trabalho como professora conteudista para Ensino Superior e como corretora de redações de vestibulares.
Sou formada duas vezes pela Universidade Federal do Paraná (Bacharelado em Estudos Literários Franceses) e Licenciatura em Português. Também sou especialista em Tecnologia e Inovação na Educação, pela UTFPR, e estou cursando especialização em Docência, pelo IFMG. Sou mestra pela Université Lumière Lyon 2 em Traduction Littéraire et Édition Critique e mestra em Letras, pela UFPR. Em 2023, recebi o título de Doutora em Letras pela UFPR.
Para falar comigo, escreva para anna.legroski@gmail.com
A Taxonomia de Bloom, atualizada por Anderson e Krathwohl (2001), organiza os processos cognitivos em uma hierarquia que vai das operações mentais mais simples às mais complexas. Essa estrutura é essencial para o planejamento de objetivos de aprendizagem, atividades significativas e avaliações coerentes. Cada domínio está associado a verbos de ação que facilitam a construção de metas de ensino claras e observáveis.
1. Lembrar (Remembering)
Capacidade de acessar informações aprendidas anteriormente, seja por meio da lembrança direta ou do reconhecimento. É a base sobre a qual os demais níveis se sustentam.
Objetivo pedagógico: Evocar fatos, termos, definições, datas e conceitos essenciais.
Verbos de ação: listar, identificar, descrever, nomear, reconhecer, repetir, localizar.
Exemplo didático: Solicitar que os alunos listem os principais personagens de uma obra literária ou identifiquem elementos formais de um poema.
2. Compreender (Understanding)
Refere-se à capacidade de interpretar e construir significados a partir de informações. Vai além da memorização, exigindo que o aluno demonstre compreensão do conteúdo.
Objetivo pedagógico: Explicar ideias com suas próprias palavras, resumir passagens, interpretar metáforas, inferir sentidos.
Verbos de ação: interpretar, resumir, explicar, classificar, inferir, exemplificar, parafrasear.
Exemplo didático: Pedir que o aluno reescreva um trecho de narrativa em outro ponto de vista ou explique o que um verso sugere metaforicamente.
3. Aplicar (Applying)
Envolve o uso do conhecimento em contextos novos, transferindo o que foi aprendido para resolver problemas ou realizar tarefas.
Objetivo pedagógico: Colocar em prática procedimentos, métodos ou conceitos literários em situações diferentes.
Verbos de ação: usar, implementar, aplicar, demonstrar, dramatizar, resolver, adaptar.
Exemplo didático: Solicitar que os alunos utilizem o conceito de intertextualidade para criar uma narrativa inspirada em um clássico da literatura.
4. Analisar (Analyzing)
Requer a decomposição da informação em partes e a compreensão das relações entre elas. Esse processo desenvolve o pensamento crítico e investigativo.
Objetivo pedagógico: Examinar estrutura, função, intenção e relações internas em textos literários.
Verbos de ação: analisar, diferenciar, organizar, atribuir, comparar, contrastar, categorizar.
Exemplo didático: Comparar duas representações de um mesmo tema em gêneros diferentes (conto e poema) ou identificar a progressão argumentativa em um ensaio.
5. Avaliar (Evaluating)
Trata-se da capacidade de emitir julgamentos críticos com base em critérios explícitos. Envolve tanto a apreciação estética quanto a avaliação argumentativa.
Objetivo pedagógico: Formular opiniões embasadas sobre textos e práticas discursivas, justificar interpretações e critérios avaliativos.
Verbos de ação: julgar, avaliar, defender, criticar, justificar, argumentar, validar.
Exemplo didático: Propor que os alunos escrevam uma resenha crítica de um romance, avaliando sua relevância temática e estilística com base em critérios discutidos em aula.
Padagogy Wheel, criado por Allan Carrington, é uma ferramenta visual que integra três pilares fundamentais da prática pedagógica contemporânea:
Taxonomia de Bloom (Revisada)
No centro da roda estão os domínios cognitivos — lembrar, compreender, aplicar, analisar, avaliar e criar —, organizados de forma circular para evidenciar a progressão do pensamento e orientar objetivos de aprendizagem.
Tecnologias Digitais
Ao redor da taxonomia, a roda apresenta aplicativos e ferramentas digitais (ex: Canva, Padlet, Explain Everything, etc.), categorizados segundo sua aplicabilidade em cada domínio cognitivo. Isso permite que o professor escolha ferramentas que suportem objetivos pedagógicos claros, e não apenas por modismo tecnológico.
Engajamento do Estudante e Design Instrucional
A roda também está vinculada a modelos como SAMR (Substituição, Aumento, Modificação, Redefinição) e ao conceito de que a tecnologia deve servir à aprendizagem significativa, personalizada, ativa e centrada no aluno.
Principais Ideias
Tecnologia com propósito:a ferramenta ajuda professores a não escolherem tecnologias aleatoriamente, mas com base em resultados de aprendizagem.
Personalização do ensino: apoia o design de experiências educacionais adaptadas a diferentes perfis e estilos de aprendizagem.
Engajamento e autoria: estimula atividades que promovam criatividade, autoria, resolução de problemas e pensamento crítico.
Fontes oficiais e materiais
O modelo SAMR, criado por Ruben Puentedura, é uma estrutura conceitual que orienta o uso pedagógico das tecnologias digitais em sala de aula, classificando o impacto dessas tecnologias em quatro níveis progressivos. Seu objetivo é ajudar educadores a refletir sobre como e por que usar tecnologia, visando promover aprendizagens mais significativas.
Os Quatro Níveis do Modelo SAMR
Substituição (Substitution)
A tecnologia atua como substituto direto de uma prática tradicional, sem alteração funcional.
Exemplo: Em vez de escrever no caderno, o aluno digita no Word.
Reflexão: Há mudança no meio, mas não na forma ou no resultado da aprendizagem.
Ampliação (Augmentation)
Ainda é substituição, mas com melhorias funcionais perceptíveis. A tecnologia oferece recursos que otimizam a tarefa.
Exemplo: O aluno digita no Word, mas agora insere imagens, links, vídeos e comentários.
Reflexão: Ganha-se em usabilidade e riqueza de conteúdo, mas a essência da tarefa permanece.
Modificação (Modification)
A tecnologia permite uma reformulação significativa da atividade, que depende de recursos digitais para se realizar.
Exemplo: Alunos criam vídeos de divulgação científica com edição, roteiro e publicação no YouTube.
Reflexão: A dinâmica da aprendizagem é modificada; surgem autoria, colaboração e novas linguagens.
Redefinição (Redefinition)
A tecnologia possibilita criar atividades antes impensáveis no contexto tradicional. Ela transforma a experiência de aprendizagem.
Exemplo: Estudantes realizam entrevistas remotas com especialistas, produzem documentários e os compartilham globalmente.
Reflexão: O digital não é acessório, mas o próprio ambiente da aprendizagem.
Aplicações Pedagógicas
O modelo não exige uma progressão linear, mas ajuda o professor a refletir sobre o potencial transformador das ferramentas que utiliza.
Substituição e ampliação ainda são valiosas, especialmente para introdução e familiarização digital.
Modificação e redefinição elevam o nível de engajamento, autoria e colaboração.
Referências
Puentedura, R. (2014). SAMR and TPCK: Intro to Advanced Practice.
Legroski, A. C. et al. (2023). Competências Digitais Docentes. PUCPRESS.
O Observatório é composto por integrantes do Creare, representantes de todas as unidades acadêmicas da PUCPR e membros do Comitê de Excelência em IA do Grupo Marista. Sua missão é apoiar a comunidade acadêmica na tomada de decisões relacionadas ao uso da inteligência artificial, promovendo práticas éticas e responsáveis.
Diretrizes para Uso de IA na PUCPR
(Conselho Universitário – CONSUN | Ago. 2024)
Para garantir que o uso de ferramentas de Inteligência Artificial Generativa (IAG) na comunidade acadêmica esteja alinhado com os valores éticos, educativos e científicos da PUCPR, promovendo inovação responsável, equidade e integridade acadêmica.
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